Votação do texto, que concede mais "direitos e privilégios" à Palestina, ocorre em meio à guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que causou cerca de 35 mil mortes e crise humanitária em Gaza. A Autoridade Nacional Palestina comemorou a decisão, já Israel criticou. Brasil votou a favor. Assembleia geral da ONU em votação que aprovou avanço de candidatura da Palestina como estado membro da ONU, em 10 de maio de 2024.
Eduardo Munoz/ Reuters
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta sexta-feira (10) uma resolução que abre caminho para que a Palestina se torne membro das Nações Unidas e concede "novos direitos e privilégios” aos palestinos.
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O texto pede que o Conselho de Segurança da ONU aprove que a Palestina se torne o 194º membro das Nações Unidas.
A resolução foi aprovada por 143 votos a favor, nove contra e 25 abstenções. O Brasil votou a favor da resolução. Argentina, Israel, Estados Unidos, República Tcheca, Hungria, Micronésia, Nauru, Palau, Papua-Nova Guiné deram votos contrários à medida.
Caso o Conselho de Segurança concorde com o pedido, a Palestina entraria na ONU como um "Estado observador", sem direito a voto.
Ainda assim, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, disse que a medida é um grande passo para o reconhecimento da Palestina como um membro pleno da ONU.
Já Israel criticou a aprovação, que chamou de um "prêmio para o Hamas".
Em abril, os EUA, um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e, portanto, com poder de veto, barraram uma resolução que previa a aprovação da adesão plena da Palestina às Nações Unidas.
Nesta sexta, ao explicar o voto contrário dos Estados Unidos, o embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood, disse que os EUA seguem favoráveis à criação de um estado palestino — algo que o presidente do país, Joe Biden, tem defendido constantemente.
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“Temos deixado muito claro que o apoiamos e procuramos avançá-lo de forma significativa. Em vez disso, é um reconhecimento de que a criação de um Estado resultará de um processo que envolve negociações diretas entre as partes”, declarou.
No entanto, Wood alegou ter votado contra porque a candidatura da Palestina ainda tem de ser negociada de uma melhor forma.
A resolução aprovada nesta sexta determina que a Palestina está qualificado para adesão como membro e recomenda que o Conselho de Segurança da ONU seja favorável a essa inclusão.
Também determina "direitos e privilégios em pé de igualdade com os Estados-membros".