Israel negou ter disparado e afirmou que mortes ocorreram por correria de multidão que se formou ao redor de caminhões de ajuda humanitária na Cidade de Gaza. Ministério do Hamas fala de 104 mortos e 760 feridos. Washington disse que investigará caso. Mais de cem pessoas morrem durante distribuição de ajuda humanitária em Gaza
Mais de cem pessoas morreram nesta quinta-feira (29) durante uma distribuição de comida e ajuda humanitária na Cidade de Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas.
O governo do Hamas acusou soldados israelenses que intermediavam a distribuição de haver disparado contra a população do território palestino. Israel nega.
Em comunicado, as Forças Armadas de Israel negaram a acusação e afirmaram que as mortes ocorreram em decorrência da correria produzida por uma multidão que cercou caminhões de ajuda humanitária.
"Esta manhã, camiões de ajuda humanitária entraram no norte de Gaza, os residentes cercaram os camiões e saquearam os mantimentos entregues. Como resultado dos empurrões, correria e atropelamentos dos camiões, dezenas de habitantes de Gaza foram mortos e feridos", disse o comunicado.
Segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, 104 pessoas morreram e 760 ficaram feridos com o episódio. O porta-voz do ministério, Ashraf Al Qudra, o massacre ocorreu na rua Al Rashid, uma das principais de Faixa de Gaza e onde a ajuda humanitária a moradores tem sido distribuída.
Em comunicado, a Casa Branca disse que considera o caso "um incidente sério" e afirmou que irá investigá-lo.
30 mil mortos
Pessoas transportam corpos em charretes após 104 morrerem durante confusão em distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, em 29 de fevereiro de 2024.
Reuters TV via Reuters
O episódio ocorreu no dia em que o número de mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro, passou da marca de 30 mil pessoas, de acordo com balanço do governo local, controlado pelo grupo terrorista.
O levantamento não separa a morte de civis e de integrantes do Hamas e e de outros grupos terroristas.
Palestino chora ao lado de corpo de pessoa morta após ataques israelenses em Gaza, no hospital Deir el-Balah
AFP